Poços de Caldas Caxambu Livros
Ser editor, hoje, ganhar o mundo. Por isso precisamos ter um tempo para cada livro. Mostrá-lo em todos os lugares.
Aonde fui nesta longa ponte dos feriados de Tiradentes e primeiro de maio? Peguei um táxi para Caxambu, carregando caixas de livros. Desembarquei no Hotel Glória. Ali meu irmão, o professor Sergio Roberto Costa, promovia com sua equipe o V SINAL: Simpósio Internacional de Letras Fronteiras do Contemporâneo -- Linguagem/Espaço/Máquina. Foi o primeiro lugar em que apresentei o Artemídia e Cultura Digital, com ótima acolhida, entre os presentes nacionais e os convidados internacionais. Lá se mostraram também os livros infantis especiais, O Sapo Apaixonado, do Donizete Galvão, com ilustrações de Mariana Massarani e O Elefante Infante, de Rudyard Kipling, tradução de Adriano Messias e ilustrações do Fernando Vilela. Que também tiveram acolhida e saída. Não se deve levar a um evento apenas os títulos focados diretamente nos assuntos do evento, os livros instrumentais. É preciso levar a diversidade e o que é especial nessa diversidade. Por isso arranjamos público ao meio do mar de lançamentos, livros como tempestade de areia a cobrir as praças e nossos olhos.
Na manhã de sábado, 25 de abril, eu entro numa sessão plenária, a própria mesa de encerramento, Multiletramento e Espaço Cultural: a voz e a letra, com as professoras Roxane Rojo (Unicamp) e Inês Signorini (Unicamp) e uma expressão lançada na fala bateu em mim e eu esqueci todo o resto: "o analfabetismo na cultura ocidental". Enfim, a luz. Ainda quero saber mais, falar mais. Este o nosso grande problema generalizado. Todos os especialistas e pseudoespecialistas analfabetos na nossa própria cultura ocidental. Ninguém quer História, ninguém quer Letras, ninguém quer Arte, ninguém quer Matemática. Ninguém quer nada, apenas o falso misticismo e um pseudo-orientalismo de moda. Mesmo os que passaram a ignorar a cultura ocidental desde o berço, desde a escola, por desconhecê-la, não conseguiram se alfabetizar nas outras culturas que arranham pelas vias do modismo, nunca do aprofundamento respeitoso. Eu sou o fruto da cultura ocidental, da rica tradição judaico-cristã e não vou negar isso, nem a "máquina do barroco", assunto de Alcir Pécora em sua fala plenária, também neste V Sinal.
Sergio Roberto Costa, professor precocemente aposentado da Universidade Federal de Juiz de Fora, andou pela Hungria, logo após deixar sua universidade, lecionando durante dois anos na Universidade de Budapeste. Voltou, foi para o interior de Minas, a convite, implantar cursos de pós-graduação na UNINCOR (Três Corações). Tudo com o apoio da Capes, Fapemig, CNPq, logotipos que integram as peças do V Sinal, além de outros apoiadores locais, Como Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Caxambu e o Hotel Glória, em que a hospedagem coletiva foi encontro feliz de muitos. Para mim, foi um retorno, pois eu nasci e vivi a infância entre as águas virtuosas (não é dupla regência, e se for).
No sábado mesmo, à tarde, viajei para Poços de Caldas no táxi do Bento, cheio de livros. Para participar da Feira Nacional de Poços de Caldas, de 25 de abril a 3 de maio. Se Caxambu, um evento universitário valeu a pena também financeiramente, o mesmo não posso dizer da feira de Poços de Caldas. Professores universitários ausentes e público consumidor de bugigangas impressas, salvo exceções. Mas valeu a pena, pela simpatia dos organizadores, convidados, visitas das cidades vizinhas e escolas. Por emendar Caxambu com a feira de Poços, não me preparei com as promoções para os escolares. Nunca com bugigangas dos impressos berrantes sem conteúdo, isto jamais, melhor morrer de fome do que transigir. Foi uma festa e eu quero voltar. Falarei das atrações e da homenagem a Guimarães Rosa (era o patrono) em posto especial.
Poços de Caldas é a mais bela das estâncias hidrominerais da região. Encantei-me com a cidade. Meu Hotel estava integrado à Praça Getúlio Vargas, em que está situado o relógio floral e as charretes. Numa delas, no domingo, antes do início diário do evento, passeei pela cidade. Voltei para casa com o propósito de morar em Poços de Caldas. Levar parte da Editora para lá, uma filial e o Departamento Editorial, a matriz poderá ficar em um escritório da Acaiaca, onde se encontra a logística da Musa.
Eu preciso dessa cidade plana, cercada de montanhas (não tão belíssimas com as da Serra da Mantiqueira, em Itajubá), nela posso caminhar, ir e voltar entre jardins originários sem o massacre predatório da ignorância modernosa de certas administrações públicas. São os jardins fiéis às suas origens delicadas, jardins fiéis de Poços de Caldas à sensibilidade de seus criadores, não importa em que época, jardineiros sensíveis criaram os jardins de Poços de Caldas. Se eu me migrar para o interior, estou escolhendo Poços de Caldas, pois Poços de Caldas me parece a mais cosmopolita das cidades do interior de Minas. Está sobre a cratera de um vulcão, onde estamos todos. A diferença, lá o vulcão está extinto.
Aonde fui nesta longa ponte dos feriados de Tiradentes e primeiro de maio? Peguei um táxi para Caxambu, carregando caixas de livros. Desembarquei no Hotel Glória. Ali meu irmão, o professor Sergio Roberto Costa, promovia com sua equipe o V SINAL: Simpósio Internacional de Letras Fronteiras do Contemporâneo -- Linguagem/Espaço/Máquina. Foi o primeiro lugar em que apresentei o Artemídia e Cultura Digital, com ótima acolhida, entre os presentes nacionais e os convidados internacionais. Lá se mostraram também os livros infantis especiais, O Sapo Apaixonado, do Donizete Galvão, com ilustrações de Mariana Massarani e O Elefante Infante, de Rudyard Kipling, tradução de Adriano Messias e ilustrações do Fernando Vilela. Que também tiveram acolhida e saída. Não se deve levar a um evento apenas os títulos focados diretamente nos assuntos do evento, os livros instrumentais. É preciso levar a diversidade e o que é especial nessa diversidade. Por isso arranjamos público ao meio do mar de lançamentos, livros como tempestade de areia a cobrir as praças e nossos olhos.
Na manhã de sábado, 25 de abril, eu entro numa sessão plenária, a própria mesa de encerramento, Multiletramento e Espaço Cultural: a voz e a letra, com as professoras Roxane Rojo (Unicamp) e Inês Signorini (Unicamp) e uma expressão lançada na fala bateu em mim e eu esqueci todo o resto: "o analfabetismo na cultura ocidental". Enfim, a luz. Ainda quero saber mais, falar mais. Este o nosso grande problema generalizado. Todos os especialistas e pseudoespecialistas analfabetos na nossa própria cultura ocidental. Ninguém quer História, ninguém quer Letras, ninguém quer Arte, ninguém quer Matemática. Ninguém quer nada, apenas o falso misticismo e um pseudo-orientalismo de moda. Mesmo os que passaram a ignorar a cultura ocidental desde o berço, desde a escola, por desconhecê-la, não conseguiram se alfabetizar nas outras culturas que arranham pelas vias do modismo, nunca do aprofundamento respeitoso. Eu sou o fruto da cultura ocidental, da rica tradição judaico-cristã e não vou negar isso, nem a "máquina do barroco", assunto de Alcir Pécora em sua fala plenária, também neste V Sinal.
Sergio Roberto Costa, professor precocemente aposentado da Universidade Federal de Juiz de Fora, andou pela Hungria, logo após deixar sua universidade, lecionando durante dois anos na Universidade de Budapeste. Voltou, foi para o interior de Minas, a convite, implantar cursos de pós-graduação na UNINCOR (Três Corações). Tudo com o apoio da Capes, Fapemig, CNPq, logotipos que integram as peças do V Sinal, além de outros apoiadores locais, Como Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Caxambu e o Hotel Glória, em que a hospedagem coletiva foi encontro feliz de muitos. Para mim, foi um retorno, pois eu nasci e vivi a infância entre as águas virtuosas (não é dupla regência, e se for).
No sábado mesmo, à tarde, viajei para Poços de Caldas no táxi do Bento, cheio de livros. Para participar da Feira Nacional de Poços de Caldas, de 25 de abril a 3 de maio. Se Caxambu, um evento universitário valeu a pena também financeiramente, o mesmo não posso dizer da feira de Poços de Caldas. Professores universitários ausentes e público consumidor de bugigangas impressas, salvo exceções. Mas valeu a pena, pela simpatia dos organizadores, convidados, visitas das cidades vizinhas e escolas. Por emendar Caxambu com a feira de Poços, não me preparei com as promoções para os escolares. Nunca com bugigangas dos impressos berrantes sem conteúdo, isto jamais, melhor morrer de fome do que transigir. Foi uma festa e eu quero voltar. Falarei das atrações e da homenagem a Guimarães Rosa (era o patrono) em posto especial.
Poços de Caldas é a mais bela das estâncias hidrominerais da região. Encantei-me com a cidade. Meu Hotel estava integrado à Praça Getúlio Vargas, em que está situado o relógio floral e as charretes. Numa delas, no domingo, antes do início diário do evento, passeei pela cidade. Voltei para casa com o propósito de morar em Poços de Caldas. Levar parte da Editora para lá, uma filial e o Departamento Editorial, a matriz poderá ficar em um escritório da Acaiaca, onde se encontra a logística da Musa.
Eu preciso dessa cidade plana, cercada de montanhas (não tão belíssimas com as da Serra da Mantiqueira, em Itajubá), nela posso caminhar, ir e voltar entre jardins originários sem o massacre predatório da ignorância modernosa de certas administrações públicas. São os jardins fiéis às suas origens delicadas, jardins fiéis de Poços de Caldas à sensibilidade de seus criadores, não importa em que época, jardineiros sensíveis criaram os jardins de Poços de Caldas. Se eu me migrar para o interior, estou escolhendo Poços de Caldas, pois Poços de Caldas me parece a mais cosmopolita das cidades do interior de Minas. Está sobre a cratera de um vulcão, onde estamos todos. A diferença, lá o vulcão está extinto.
1 Comments:
Também estou pensando em ir morar em poços, como será o custo de vida por lá?
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