Tuesday, December 02, 2008

A Primeira Viagem do Elefante

Reparo que desde primeiro de novembro não posto nada. Um mês de guerra e de algumas batalhas ganhas. A guerra continua. Pela vida.

Um surto de vida foi a Festa do Livro na USP, nos dias 12, 13 e 14 de novembro, e a Primavera dos Livros do Rio de Janeiro, neste último fim de semana nos jardins do Palácio do Catete, hoje Museu da República. É bom ir ao Rio de Janeiro, sempre.

"O Elefante Infante", de Rudyard Kipling, que narra a primeira viagem do elefante quando o elefante ainda não tinha tromba, foi vedete nessas duas feiras. As grandes quantidades de exemplares expostos não foi suficiente para atender ao público. Virou um celebração, ao mesmo tempo que celebrávamos a presença de José Saramago no Brasil para o lançamento mundial de seu livro "A Viagem do Elefante", em vários eventos, na ABL, no Rio, e em São Paulo. Coincidentemente, dois Prêmios Nobel (Kipling, 1907, Saramago, 2005?) se aproximam pelo tema, um narrando a viagem do Elefante Infante para sua filha Josephine, de 8 anos, o outro se inspirando no envio de um elefante pela estradas da Europa, como presente de um potentado a outro. Isto era costume, até narro um episódio semelhante na quarta capa de "O Elefante Infante", quando o vice-rei da Índia manda um elefante de presente ao rei de Portugal, tendo como fonte a literatura antiga dos livros do Google.

Isto me faz lembrar uma aula de Português da Irmã Angélica, soeur de la Providence du Gap, entrando em classe com seus óculos de aros quase invisíveis, a lente brilhante e sua magreza e pele alvíssima, apresentando-nos um poema:

A morte da águia

A bordo, vinha uma águia.
Era um presente,
que um potentado
Um certo rei do Oriente
mandava a outro.
Um mimo soberano.

Prestei tanta atenção, que guardei a estrofe. Esqueci quem é o autor. Mas o som firme da voz da tímida, retraída e discreta Irmã Angélica ainda guardo bem nítido, cativando-me, a mim, dispersiva e levada menina de 13 anos, aos arroubos com toda sorte de distrações possíveis em classe e fora da sala.

"Um mimo soberano", cada um desses dois livros, escritos por dois Prêmio Nobel de Literatura, sobre o tema da viagem do elefante, cada qual com o seu elefante, não tem melhores como presente de Natal para a vida inteira: "O Elefante Infante", da Musa Editora, em edição trilíngüe (português, inglês, francês) e "A Viagem do Elefante", do Saramago. Devem ir para todas as casas juntos, estes elefantes gigantes.

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Ana, pela estrofe anotada no seu texto pensei ser de um poema do Jaime Cortesão. Mas não encontrei no poema a tal trecho. Pode ter sido falha minha ao procurar, mas vou ver se acho o autor.

Carlos Gildemar Pontes

7:16 PM  
Anonymous Anonymous said...

Por que os posts ainda não quebraram a barreira de 2008 para 2009?

2:36 PM  

Post a Comment

<< Home