Ser editor, hoje, FNDE Programa PNBE2009 Tetos recíprocos
O Progama Nacional Biblioteca da Escola, do FNDE-Mec é um dos melhores programas de distribuição de livros do mundo. Vem se aperfeiçoando na seleção dos acervos, mas precisa se aperfeiçoar ainda tudo tendo em vista a reciprocidade e a diversidade. Enxergar com olhos de justiça o acesso universal à Literatura. Sem concessões a nenhum facilitário textual ou ao burocratismo injusto com autores e o trabalho dos editores. Bons livros são deixados de fora durante o tempo das inscrições, uma gincana cruel, caiu o sistema informático e não soubemos correr. Passou da hora e a obra-prima de Kipling para crianças ficou de fora pela segunda vez. "O Elefante Infante". (Na primeira, houve retenção, por uma questão burocrática de data e menção de primeira edição, nem foi encaminhada para seleção a mais bela história contada para as crianças pelo próprio Kipling, o que já foi corrigido nesse edital 2009. Sempre foi corrente, não constar primeira edição, só a partir das reimpressões seguintes havia o registro a página de rosto do livro.) Nem adiantou pedir, "deixem um pouco mais aberto o sistema". Com a resposta formal, mas inclemente, negativa, sentimo-nos ridicularizados. Kipling de fora da seleção.
Antes, como ainda ocorre em outros programas, como o da Prefeitura de São Paulo, "Salas de leitura", nós, editores, costumávamos inscrever insdiscriminadamente nossos títulos. Não havia um limite em cláusula contratual para disciplinar nossa afoiteza e a vantagem dos mais fortes em detrimento da fraqueza numérica dos catálogos dos pequenos editores, não necessariamente mais fracos. Agora há um limite para inscição de títulos, e isto ficou bem explícito e satisfatório no PNBE2009.
Mas a reciprocidade não se deu. É preciso urgente que haja um teto para a seleção de um número de títulos por Editora, seja grande seja pequena. Como num teto de inscrição de 15 títulos permitir uma escolha de 90%? Fere o princípio da concorrência. O universo, entre grandes e pequenos, é de mais de 1.500 editores. Portanto, essa concentração de escolha é danosa. Há boa literatura de fora, e isto é grave. Exclui obras e editores, todos descontemplados ainda pela perversa concentração nas escolhas.
Lamentável que hoje a parte cultural da grande imprensa está alienada a esses problemas de construção de acervos pelos programas governamentais, em todos os níveis. Acordem editores do Caderno 2 do Estadão, Prosa & Verso, de O Globo, Idéias, do Jornal do Brasil, Eu &, do Valor Econômico, Fim de Semana, da Gazeta Mercantil, toda a imprensa cultural no rádio e na televisão. Quando vamos nos levantar e discutir a sério os verdadeiros problemas do livro, da literatura e do mercado editorial, hoje, mais do que nunca, atrelando a sua sobrevivência à composição do acervo pelas bibliotecas públicas? Isto também vale para os Cadernos de Economia Não valem ufanismos, nem matérias protocolares, mas ampla consulta à diversidade de atores da economia do livro. Quem sabe a revista Piauí com sua proposta de fazer matérias longamente pesquisadas e com o tempo necessário para finalizá-las poderá discutir este tema re
levante para o livro, o leitor, a leitura, a educação, a cultura Ou simplesmente pelo amor à Literatura. Defesa da concorrência, sobretudo entre pares.
Um colega editor ao telefone me disse que eu escrevo, depois penso. Ao contrário, venho refletindo muito, lendo muito jornal e revista, vendo televisão, conversando nos bastidores, recebendo recados de quem não quer se expor a qualquer possível retaliação (o que não é temor infundado). É assim penso, depois escrevo. E não paro de pensar.
Antes, como ainda ocorre em outros programas, como o da Prefeitura de São Paulo, "Salas de leitura", nós, editores, costumávamos inscrever insdiscriminadamente nossos títulos. Não havia um limite em cláusula contratual para disciplinar nossa afoiteza e a vantagem dos mais fortes em detrimento da fraqueza numérica dos catálogos dos pequenos editores, não necessariamente mais fracos. Agora há um limite para inscição de títulos, e isto ficou bem explícito e satisfatório no PNBE2009.
Mas a reciprocidade não se deu. É preciso urgente que haja um teto para a seleção de um número de títulos por Editora, seja grande seja pequena. Como num teto de inscrição de 15 títulos permitir uma escolha de 90%? Fere o princípio da concorrência. O universo, entre grandes e pequenos, é de mais de 1.500 editores. Portanto, essa concentração de escolha é danosa. Há boa literatura de fora, e isto é grave. Exclui obras e editores, todos descontemplados ainda pela perversa concentração nas escolhas.
Lamentável que hoje a parte cultural da grande imprensa está alienada a esses problemas de construção de acervos pelos programas governamentais, em todos os níveis. Acordem editores do Caderno 2 do Estadão, Prosa & Verso, de O Globo, Idéias, do Jornal do Brasil, Eu &, do Valor Econômico, Fim de Semana, da Gazeta Mercantil, toda a imprensa cultural no rádio e na televisão. Quando vamos nos levantar e discutir a sério os verdadeiros problemas do livro, da literatura e do mercado editorial, hoje, mais do que nunca, atrelando a sua sobrevivência à composição do acervo pelas bibliotecas públicas? Isto também vale para os Cadernos de Economia Não valem ufanismos, nem matérias protocolares, mas ampla consulta à diversidade de atores da economia do livro. Quem sabe a revista Piauí com sua proposta de fazer matérias longamente pesquisadas e com o tempo necessário para finalizá-las poderá discutir este tema re
levante para o livro, o leitor, a leitura, a educação, a cultura Ou simplesmente pelo amor à Literatura. Defesa da concorrência, sobretudo entre pares.
Um colega editor ao telefone me disse que eu escrevo, depois penso. Ao contrário, venho refletindo muito, lendo muito jornal e revista, vendo televisão, conversando nos bastidores, recebendo recados de quem não quer se expor a qualquer possível retaliação (o que não é temor infundado). É assim penso, depois escrevo. E não paro de pensar.
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