Na boca da Noite
Eu sempre quero vir esfregar-me às palavras
lançando-me em pinceladas soltas
As tintas sobre o deserto das ruas quando
a cidade se abriga às casas Que os transeuntes
apagam-se Não há outro mundo
Apenas o escrever Desaparece o que me assombra
Dar nomes ao horror e à hostilidade gratuita
cerrar-me ao amor, ao invisível, apaziguado o medo
pintar a parede do edifício esguio Com essas
palavras rasgar a boca do monstro
Quando a chave de casa Será como verbo
toda palavra um abre-te sesamo
lançando-me em pinceladas soltas
As tintas sobre o deserto das ruas quando
a cidade se abriga às casas Que os transeuntes
apagam-se Não há outro mundo
Apenas o escrever Desaparece o que me assombra
Dar nomes ao horror e à hostilidade gratuita
cerrar-me ao amor, ao invisível, apaziguado o medo
pintar a parede do edifício esguio Com essas
palavras rasgar a boca do monstro
Quando a chave de casa Será como verbo
toda palavra um abre-te sesamo
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