Monday, August 17, 2009

Na boca da Noite

Eu sempre quero vir esfregar-me às palavras
lançando-me em pinceladas soltas
As tintas sobre o deserto das ruas quando
a cidade se abriga às casas Que os transeuntes
apagam-se Não há outro mundo

Apenas o escrever Desaparece o que me assombra
Dar nomes ao horror e à hostilidade gratuita
cerrar-me ao amor, ao invisível, apaziguado o medo
pintar a parede do edifício esguio Com essas

palavras rasgar a boca do monstro

Quando a chave de casa Será como verbo

toda palavra um abre-te sesamo

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