Para não chover no molhado: Bibliodiversidade
Transcrevo abaixo o e-mail enviado pela Eliana Sá, da Sá Editora, para a rede da Libre. Fala de um fenômeno que ocorre nas livrarias, nas feiras do livro e em todo o jargão médio que orienta o mercado de livros no Brasil. Os "mix (que palavra chula) de títulos" repetidos ad nauseam, em todas as vitrines, em todos os expositores, nas rodas, nos aeroportos, em feiras de livros nas capitais e no interior deste Brasil, uma enumeração sem fim que se espalha com o ufanismo pelo livro, mas desrespeitando-o, pois a boa leitura exige bons livros e diversidade de escolhas, não apenas adesão a modismos discriminatórios. Ao protagonismo do livro não interessa as notícias rasas, mas as reflexões sérias, o que vai fundo no cerne da questão. Festejar o livro, muito bom que se espalhe, mas amá-lo é mais sério. É preciso espalhar a leitura de bons livros e o direito à escolha na diversidade dos catálogos. Manuel Bandeira para todos!
No e-mail da Eliana, está o óbvio bem grave, que os ufanistas do livro não enxergam, mas os seus defensores sabem bem: mesmo na tradicional feira de Porto Alegre, evaporou-se a diversidade de títulos, reproduzindo-se as vitrines dos mixes e dos kits, as discriminatórias idéias dos receituários xucros dos mornos dando as cartas no embalo da mediocridade vigente. Livrai-nos dos médios, eles fazem apenas o conveniente. Precisamos criar demanda para os bons livros.
Fustigar os mornos. "Os mornos, eu os vomitarei da minha boca", disse Deus no Apocalipse. Adorei quando ouvi isso ainda menina no colégio das irmãs, como nossas mães ainda dizem, eu sempre disse colégio das freiras. Mas o público de Porto Alegre se ressentiu da falta de variedade de livros nas bancas de sua feira. E também já soube de público das livrarias franquiadas reclamando disso. Viva o público que pode virar a mesa! Viva o público da Praça da Alfândega de Porto Alegre! Isto pode até contaminar os avaliadores de livros para compor os acervos das Bibliotecas. Quanto mais longe do Rio e de São Paulo, conhecem apenas duas ou três editoras. A propósito, ando irritada com os programadores médios da TV a cabo. Escondem os bons filmes, passando-os em horários impossíveis, como às 8 da manhã em dias de semana, e só repetindo o pior. Vamos à notícia que nos dá a Eliana, que clama pela diversidade de títulos nas livrarias e nas feiras, nas bibliotecas e nos lares, matéria motivada pela constatação do público da tradicional Feira de Livros de Porto Alegre, na Praça da Alfândega :
[libre_brasil] aí é que nós entramos com nossa Bibliodiversidade
De:
">Eliana/ Sá Editora
Para:
libre_brasil@yahoogroups.com
Assunto:
[libre_brasil] aí é que nós entramos com nossa Bibliodiversidade
Data:
13/11/2009 15:31
Acompanhando o noticiário sobre a queda de vendas em POA e pensando na riqueza da LIBRE, Eliana Sá
Pouca sorte na prateleira Zero Hora - 13/11/2009 - Por Carlos André Moreira
Principal reclamação dos habituais frequentadores da Feira do Livro de Porto Alegre, a falta de variedades nas bancas da Praça da Alfândega é reflexo de um dos pontos internos mais controversos da própria organização da Feira: a surda disputa interna entre livreiros de um lado e distribuidoras e editoras de outro. Pelo mesmo motivo, algumas livrarias tradicionais da cidade já debandaram da Praça. “Quem fica de porta aberta com chuva, sol, inverno e verão são as livrarias, mas chega a Feira do Livro todo mundo quer ter banca na Praça, inclusive o distribuidor, que aí coloca só o que ele considera “filé”: o best-seller. Por isso, as bancas são tão iguais, e, se um outro tipo de livro estoura, já teve distribuidor que segurou para ele sem repassar às livrarias”, comenta Lu Vilella, da Bamboletras, que há três anos decidiu não participar mais da Feira e manter a livraria, no Centro Comercial Nova Olaria, com os mesmos descontos da Praça.
Comentário: O jornal Zero Hora, dando a notícia, não se ateve ao ufanismo nem à busca do curioso sensacionalista dos acontecimentos ao redor das feiras de livros. Foi ao ponto. O público busca a diversidade não a mesmice do mix e do kit médio da leitura digestiva que atropelam os livros de verdade.
No e-mail da Eliana, está o óbvio bem grave, que os ufanistas do livro não enxergam, mas os seus defensores sabem bem: mesmo na tradicional feira de Porto Alegre, evaporou-se a diversidade de títulos, reproduzindo-se as vitrines dos mixes e dos kits, as discriminatórias idéias dos receituários xucros dos mornos dando as cartas no embalo da mediocridade vigente. Livrai-nos dos médios, eles fazem apenas o conveniente. Precisamos criar demanda para os bons livros.
Fustigar os mornos. "Os mornos, eu os vomitarei da minha boca", disse Deus no Apocalipse. Adorei quando ouvi isso ainda menina no colégio das irmãs, como nossas mães ainda dizem, eu sempre disse colégio das freiras. Mas o público de Porto Alegre se ressentiu da falta de variedade de livros nas bancas de sua feira. E também já soube de público das livrarias franquiadas reclamando disso. Viva o público que pode virar a mesa! Viva o público da Praça da Alfândega de Porto Alegre! Isto pode até contaminar os avaliadores de livros para compor os acervos das Bibliotecas. Quanto mais longe do Rio e de São Paulo, conhecem apenas duas ou três editoras. A propósito, ando irritada com os programadores médios da TV a cabo. Escondem os bons filmes, passando-os em horários impossíveis, como às 8 da manhã em dias de semana, e só repetindo o pior. Vamos à notícia que nos dá a Eliana, que clama pela diversidade de títulos nas livrarias e nas feiras, nas bibliotecas e nos lares, matéria motivada pela constatação do público da tradicional Feira de Livros de Porto Alegre, na Praça da Alfândega :
[libre_brasil] aí é que nós entramos com nossa Bibliodiversidade
De:
">Eliana/ Sá Editora
Para:
libre_brasil@yahoogroups.com
Assunto:
[libre_brasil] aí é que nós entramos com nossa Bibliodiversidade
Data:
13/11/2009 15:31
Acompanhando o noticiário sobre a queda de vendas em POA e pensando na riqueza da LIBRE, Eliana Sá
Pouca sorte na prateleira Zero Hora - 13/11/2009 - Por Carlos André Moreira
Principal reclamação dos habituais frequentadores da Feira do Livro de Porto Alegre, a falta de variedades nas bancas da Praça da Alfândega é reflexo de um dos pontos internos mais controversos da própria organização da Feira: a surda disputa interna entre livreiros de um lado e distribuidoras e editoras de outro. Pelo mesmo motivo, algumas livrarias tradicionais da cidade já debandaram da Praça. “Quem fica de porta aberta com chuva, sol, inverno e verão são as livrarias, mas chega a Feira do Livro todo mundo quer ter banca na Praça, inclusive o distribuidor, que aí coloca só o que ele considera “filé”: o best-seller. Por isso, as bancas são tão iguais, e, se um outro tipo de livro estoura, já teve distribuidor que segurou para ele sem repassar às livrarias”, comenta Lu Vilella, da Bamboletras, que há três anos decidiu não participar mais da Feira e manter a livraria, no Centro Comercial Nova Olaria, com os mesmos descontos da Praça.
Comentário: O jornal Zero Hora, dando a notícia, não se ateve ao ufanismo nem à busca do curioso sensacionalista dos acontecimentos ao redor das feiras de livros. Foi ao ponto. O público busca a diversidade não a mesmice do mix e do kit médio da leitura digestiva que atropelam os livros de verdade.
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