Tuesday, October 20, 2009

Sugestão de Pauta Compras governamentais de livros

Sugestão de pauta: Compras governamentais de livros





Quem são avaliadores (Eu estou lendo o "Libro de la vida", de Santa Teresa de Ávila, edição de Dámaso Chicarro, para a Catedra, Letras Hispánicas, que comprei na Livraria Duas Cidades, antes de ser fechada pelas adversidades que impedem as soluções mais comezinhas para o mundo do livro, em que paradoxocruelmente juízes poetas intelectuais aplicam leis iníquas, mas quero dizer que a livraria fechou mas a Editora Duas Cidades permanece com seu acervo e vive, e, neste livro, em uma das riquíssimas notas, fico sabendo do horror de Santa Teresa de Jesús ao que ela chama "letrados medios"). Serão os letrados medios os avaliadores nas compras governamentais, ou eles são maioria cujos votos prevalecem sobre o pequeno número dos verdadeiramente letrados, não no sentido restrito do letramento alfabetizador que ora se expande para o letramento cultural? Letrados, tento entender, são pessoas sábias, não meramente ilustradas, intelectuais de peso. No século XVI Teresa de Ávila nos alertou: ela buscava conselheiros letrados, confessores letrados, eu vejo que necessitamos de advogados letrados, juízes letrados, para que possamos ir além da cegueira média que impõe limitações absurdas. Avaliadores letrados. Não apenas técnicos, os hoje médios letrados que nos dão o tom em cargos públicos, salvo exceções. Médios letrados com sua arrogância gentil.





Isenção diante do selo que os publica





Virtudes do limite de inscrição por título, por que não alteram os vícios da concentração de escolhas em um único catálogo, isto contaminando por extensão até editoras pequenas, como ocorreu no PNBE-2010, Biblioteca da Escola?





Escolher livros e selecioná-los abrangendo uma mancha mais ampla de catálogos. Abarcar a bibliodiversidade.





Como a conquista da volta dos livros de catálogo após amplo clamor, como direito de todas as crianças lerem o livro com o projeto gráfico que o materializou e o valorizou como figuração estética nas livrarias e para o público em todos os lugares, ela nos criou o risco de o olhar do avaliador voltar-se para o selo da editora e não para o livro e seu autor? A concentração de títulos em poucas casas e em algumas casas pequenas tem revelado isso. Estamos vendo, mas o leite foi derramado. Não há contestação possível agora, mas alerta para a próxima vez.





Que a imprensa venha em socorro dos editores para aprimorarmos as escolhas governamentais de livros. Com a imprensa falando, ouvindo, refletindo é possível que haja ouvidos que escutam no MEC e tomem os cuidados para que a seleção governamental de títulos aconteça de outro modo mais salutar para todos os editores que inscreverem obras, sem concentração de títulos em alguns catálogos e selos mais óbvios para quem avalia.



E que o Ministério da Cultura tenha verba liberada para que possamos entregar o total das tiragens das obras escolhidas para seus excelentes programas de modernização das bibliotecas públicas, sem que editores fiquem esperando e se contentem com entregas "picadas". Precisamos de estímulo à produção. Essa "punição" da espera é para todos, sobretudo para os pequenos editores. Tiragens miúdas são inviáveis. E o ministro Juca Ferreira tem ciência de todos os problemas e é ativo em sua luta, percebemos por suas movimentações e palavras. Que a imprensa o ajude, nunca tirando os problemas do livro de sua pauta, indo mais fundo e muito longe em suas mais que necessárias matérias.



Hoje Quartim de Moraes voltou com seu artigo sobre mercado do livro na Segunda página do Estadão. Não adianta sermos uma nação alegrinha, precisamos renová-la. Bravo, Quartim!

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