Wednesday, December 02, 2009

O rico livro, este primo pobre da notícia De volta da Primavera dos Livros no Rio de Janeiro

Cristina Warth, presidente da Libre - Liga brasileira de Editoras, a das editoras independentes, um fenômeno universal que gera o contraditório frente ao ufanismo geral e ao usufruto de privilégios entre editoras grandes, médias e pequenas, nessa contaminação escabrosa de público e privado nas escolhas governamentais de livros, que vem de muito (não se trata de coisa de mandatos governamentais, vem de mandatos anteriores e persistirá depois), pois a prática nociva opera fora dos ministérios por "turmas fixas fechadas" em prestigiosos campi, o escolhido da hora para o mandato das escolhas, deveria reunir vozes nacionais nos Estados, vozes isentas e virtuosas, para extirpar o vício que vem de muito, de outras eras, combatemos às vezes, mudamos, baixamos a guarda e ali se concede o privilégio, não mais indício, mas explícito, e o parágrafo foi interrompido. Recomeço-o. Cristina Warth, presidente da Libre, enviou uma carta para o governador José Roberto Arruda, uma carta aberta também enviada aos associados,a instituiçõees várias e à imprensa. Publiquei-a como post neste blog. Nem se sabia das últimas notícias, os escândalos proclamá-los. Ninguém, lamentavelmente nem a imprensa, para a qual cópia da carta foi encaminhada se escandaliza ou soma aos escândalos gerais o fato de a Secretaria de Educação do Distrito Federal estar comprando 141.000 exemplares de 47 títulos, de uma mesma e única editora, o que nenhum estado, município ou a União fazem. Há escolhas, embora contestáveis pelo vício de alguns privilégios explícitos, mesmo nos melhores e mais elaborados programas de compras governamentais de livros.O problema está no universo das escolhas,mas quem liga para a cadeia do livro, se o único interesse de cada um é virar livro. Mas somos uma economia, a economia do livro. Imprensa amada e necessária, comece a discutir a cadeia econômica do livro, indo além da notícia da saida de títulos e as nem sempre confiáveis listas dos mais vendidos. Compras governamentais de livros são virtude, escolhas para atender às compras governamentais de livros estão viciadas, por causa da troca de favores e contaminação do público por interessesprivados. E a patologia chama-se concentração, este "câncer no azul", que brota hoje em editoras pequenas, há limite para inscrição, deveria haver limite que não permitisse contemplar um único catálogo com cerca de 50% das obras escolhidas. Criado o explícito privilégio não há jeito de desmanchá-lo. Somente com uma intervenção severa do Ministro da área.

Ninguém se abalou. A imprensa não somou o escândalo de compras alegres de livros aos demais. No caso ddo Senado, escândalos satélites foram incorporados.Mas, livro! Livro, que é isto? Mas todos querem virar livro. Do blog ao livro, do Twitter ao livro, da vida ao livro. A materialização do ótimo, do bom e do sofrível em livro. A carta protesta contra uma compra, pelo governador José Roberto Arruda, a partir da Secretaria de Educação ou Cultura, de 47 títulos, de uma mesma editora, com tiragem de 3.000 exemplares cada. Sem as inscrições de praxe. Convido-os a ler a carta da presidente da Libre postada neste blog.

Isto sequer foi mencionado pela imprensa. Precisamos da imprensa, dela gostamos, pois através dela extirpamos os vícios e moralizamos as práticas. A imprensa é a grande aliada da nossa cidadania, provoca-nos a sair dessa indiferença como nação.

Tenho muitas coisas a contar da volta dessa Primavera. As reuniões e reflexões sobre o mercado do livro nos lançaram a essa busca de aprimoramento, à insistência pela bibliodiversidade em todas as frentes, sobretudo lutando contra as sutis sabotagens presentes em práticas viciadas fora dos ministérios (estes vêm aprimorando seus editais), mas precisam ver fora. A insistência em privilégios deveria gerar anulações de escolhas, mas sabemos que isto jamais acontecerá. Aguardaremos o futuro.

Não posso deixar de registrar a fala de um editor independente da Colômbia: "Não queremos seguir os maus exemplos deles", os que optam pelas práticas amorais dos pequenos currais locais que excluem a preocupação com o coletivo, a universalidade e a diversidade.

Precisamos recorrer a um texto de Cecília Meireles, em que ela estabelece a diferença entre inteligência e esperteza. Não queremos parte com o mundo dos espertos, mas estabelecer a possível inteligência. Esperteza não se confunde com inteligência.

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