Febre Amarela e O Elefante Infante As árvores-da-febre
As árvores-da-febre
E as notícias da febre amarela no Brasil
Todos estão falando da febre amarela, transmitida por mosquito em áreas de selva ou mata próxima. Focos em alguns Estados em que o perigo é endêmico. Zonas de risco.
Quem diria que a literatura, em pena de Prêmio Nobel, produzisse um texto riquíssimo, em que abarcasse todo um ecossistema complexo, descrevesse a viagem de O Elefante Infante, aquele elefantinho cuja insaciável curiosidade enchia a África toda em que corria o grande rio Limpopo, cercado pelas árvores-da-febre? E ele levava surras porque perguntava demais. Mas ele foi ver o que o crocodilo come no jantar e reapareceu com o grande instrumento capaz de derrubar os seus cegos e malvados adversários domésticos, que o imitaram em busca de uma tromba. Não só isso, trocou a adversidade pela auto-estima. Era um paquiderme muito ordeiro.
The Elephant´s Child, de Rudyard Kipling (Prêmio Nobel de Literatura, 1907), O Elefante Infante, em tradução de Adriano Messias, ilustrações de Fernando Vilela, projeto gráfico de Raquel Matsushita e Marina Mattos, publicado pela Musa Editora, tem a complexidade da literatura na fluência de uma narrativa múltipla, boa de ler, agradável de ouvir. Faz parte da coleção “Musa Quatro Estações, Biblioteca para sempre”, na série edições bilíngües e trilíngües para crianças.
Numa bela manhã, no meio da Precessão dos Equinócios, este filhote de elefante insaciavelmente curioso fez uma nova pergunta, uma boa pergunta que ele jamais havia feito: “O que o crocodilo come no jantar?”. Numa voz terrível todos gritaram “Psiu!”, e então bateram no Elefantinho por muito tempo, sem cessar. Mas quando tudo acabou, o Elefante Infante encontrou o Pássaro Kolokolo, que estava sentado numa moita de espinheiro, e lhe disse: “Meu pai me bateu, minha mãe me bateu; todos os meus tios e tias me bateram por causa da minha insaciável curiosidade, mas eu ainda quero saber o que o Crocodilo come no jantar!”. Então, num grito pavoroso, o Pássaro Kolokolo respondeu: “Vá pelas margens do grande rio Limpopo até as oleosas águas acinzentadas como o azeite, perto das árvores-da-febre. Lá você descobrirá.” A árvore-da-febre, da família das acácias, é muito comum nas savanas africanas. Essa denominação se deve aos primeiros exploradores europeus, que, ao acampar à beira dos rios africanos, cercados dessas árvores, sucumbiam a uma febre estranha e fatal, pensando que a árvore teria sido a causadora. Na verdade eles haviam sido infectados pelo mosquito da malária. (Esta é a nota 3 do livro, redigida por Sandra Brazil, que fez a revisão da tradução de O Elefante Infante)
Não vamos derrubar as árvores de nossas florestas, mas este livro de Kipling, um conto que é uma obra-prima, escrito para sua amada filha Josephine, que morreu de pleurisia aos oito anos, é convite para combatermos o mosquito da febre amarela e de todas as febres. Insetos existem e podem se abrigar onde estão as árvores. Contaminados, contaminam. Esta notícia é um convite à leitura de O Elefante Infante, enquanto se combate a febre amarela no Brasil, no verão de 2008, e os meios de comunicação estão atentos ao perigo, alertando a todos.
E o mais curioso, houve a fuga da Família Real para o Brasil em 1808 e em 2008 comemora-se o centenário: Assim o leão diz-se rompante, o touro arremetente, o cavalo corrente, o urso levantante e ameaçante, o lobo caçante, o cervo corrente, a onça saltante, o elefante andante, a raposa espreitante, a águia voante, o gavião caçante, a cobra pensante, o porco montez fugente, etc. Assim os animais são representados como selos nas armas dos guerreiros portugueses, como conta o livro O sargento-mor de Villar, de Arnaldo Gama, 1863, sobre a segunda invasão francesa de Portugal em 1809, quando a família real portuguesa já havia fugido para o Brasil. Assim você pode ler e continuar brincando: O elefante infante, o crocodilo.... Para a febre amarela não te pegar, amado leitor de Kipling.
Ana Cândida Costa
Informações: 11 3862-2586
E as notícias da febre amarela no Brasil
Todos estão falando da febre amarela, transmitida por mosquito em áreas de selva ou mata próxima. Focos em alguns Estados em que o perigo é endêmico. Zonas de risco.
Quem diria que a literatura, em pena de Prêmio Nobel, produzisse um texto riquíssimo, em que abarcasse todo um ecossistema complexo, descrevesse a viagem de O Elefante Infante, aquele elefantinho cuja insaciável curiosidade enchia a África toda em que corria o grande rio Limpopo, cercado pelas árvores-da-febre? E ele levava surras porque perguntava demais. Mas ele foi ver o que o crocodilo come no jantar e reapareceu com o grande instrumento capaz de derrubar os seus cegos e malvados adversários domésticos, que o imitaram em busca de uma tromba. Não só isso, trocou a adversidade pela auto-estima. Era um paquiderme muito ordeiro.
The Elephant´s Child, de Rudyard Kipling (Prêmio Nobel de Literatura, 1907), O Elefante Infante, em tradução de Adriano Messias, ilustrações de Fernando Vilela, projeto gráfico de Raquel Matsushita e Marina Mattos, publicado pela Musa Editora, tem a complexidade da literatura na fluência de uma narrativa múltipla, boa de ler, agradável de ouvir. Faz parte da coleção “Musa Quatro Estações, Biblioteca para sempre”, na série edições bilíngües e trilíngües para crianças.
Numa bela manhã, no meio da Precessão dos Equinócios, este filhote de elefante insaciavelmente curioso fez uma nova pergunta, uma boa pergunta que ele jamais havia feito: “O que o crocodilo come no jantar?”. Numa voz terrível todos gritaram “Psiu!”, e então bateram no Elefantinho por muito tempo, sem cessar. Mas quando tudo acabou, o Elefante Infante encontrou o Pássaro Kolokolo, que estava sentado numa moita de espinheiro, e lhe disse: “Meu pai me bateu, minha mãe me bateu; todos os meus tios e tias me bateram por causa da minha insaciável curiosidade, mas eu ainda quero saber o que o Crocodilo come no jantar!”. Então, num grito pavoroso, o Pássaro Kolokolo respondeu: “Vá pelas margens do grande rio Limpopo até as oleosas águas acinzentadas como o azeite, perto das árvores-da-febre. Lá você descobrirá.” A árvore-da-febre, da família das acácias, é muito comum nas savanas africanas. Essa denominação se deve aos primeiros exploradores europeus, que, ao acampar à beira dos rios africanos, cercados dessas árvores, sucumbiam a uma febre estranha e fatal, pensando que a árvore teria sido a causadora. Na verdade eles haviam sido infectados pelo mosquito da malária. (Esta é a nota 3 do livro, redigida por Sandra Brazil, que fez a revisão da tradução de O Elefante Infante)
Não vamos derrubar as árvores de nossas florestas, mas este livro de Kipling, um conto que é uma obra-prima, escrito para sua amada filha Josephine, que morreu de pleurisia aos oito anos, é convite para combatermos o mosquito da febre amarela e de todas as febres. Insetos existem e podem se abrigar onde estão as árvores. Contaminados, contaminam. Esta notícia é um convite à leitura de O Elefante Infante, enquanto se combate a febre amarela no Brasil, no verão de 2008, e os meios de comunicação estão atentos ao perigo, alertando a todos.
E o mais curioso, houve a fuga da Família Real para o Brasil em 1808 e em 2008 comemora-se o centenário: Assim o leão diz-se rompante, o touro arremetente, o cavalo corrente, o urso levantante e ameaçante, o lobo caçante, o cervo corrente, a onça saltante, o elefante andante, a raposa espreitante, a águia voante, o gavião caçante, a cobra pensante, o porco montez fugente, etc. Assim os animais são representados como selos nas armas dos guerreiros portugueses, como conta o livro O sargento-mor de Villar, de Arnaldo Gama, 1863, sobre a segunda invasão francesa de Portugal em 1809, quando a família real portuguesa já havia fugido para o Brasil. Assim você pode ler e continuar brincando: O elefante infante, o crocodilo.... Para a febre amarela não te pegar, amado leitor de Kipling.
Ana Cândida Costa
Informações: 11 3862-2586
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